quarta-feira, 16 de março de 2016



Quero férias de mim

Quero que uma brisa suave
leve para longe
e por um bom tempo
esse tanto de acreditar
esse profundo não conformar
que me faz passional
e por demais apaixonada
por aquilo que ainda estamos tão longe de alcançar...
Por aquilo que,
me parece,
tão poucos querem viver...

Quero descansar 
dessa sede louca de mudança
que me faz gritar
que me faz girar
girar e girar
até me perder....
até perder a vergonha
até perder o senso
até perder a graça
até perder o riso
até perder a calma
...a calma que já não tenho
e que me é tão cara...

Ando terrivelmente cansada
de sentir tanto
de me importar tanto
de mergulhar tanto.
Olho para os lados
e invejo 
quem, imagino, nada disso sente.

Mas, pergunto-me:
como perder o sonho? 
Como consentir na nostalgia
daquilo que ainda nem vivi?
Como consentir no banal
se à este mundo eu trouxe 
uma vida,
um amor,
uma promessa? 

Às vezes sinto -
e me parece tão real -
que carregar o fardo
dessa intensidade
é mais do que dou conta. 

Bom... 
Certamente é mais do que eu gostaria.

Mas, 
repito até eu mesma acreditar:
sendo meu,
tem que ser do meu tamanho. 
Tem que ser do meu tamanho.

16/03/2015

16/03/2015

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